Apesar de andar cheia de
trabalho e estar com uma dificuldade imensa em gerir o meu tempo e descansar,
assim que a Joana do blogue Limited Edition lançou o mote para uma
segunda edição do “Desafio Saudável”, não pensei duas vezes e aceitei o
desafio. Apesar de não conhecer a Joana, pessoalmente, temos imensas coisas em
comum e uma delas é nossa paixão por gatos. A Joana está mais à frente do que
eu, pois já divide a casa com três e eu ainda só tenho uma gata, mas por mim já
tinha bem mais, pois cada gato que vejo na rua, faz com que eu tenha de exercer
um “MEGA” esforço para não o trazer comigo. Mas além dos gatos também temos
mais interesses em comum, e um desses interesses é a curiosidade e vontade de
aprendermos a viver de forma saudável, sem que coloquemos o nosso bem estar em
causa. Sim, por que infelizmente há rotinas alimentares intituladas de
saudáveis, mas que de saudáveis, nada têm.
As resoluções alimentares não passam por detox’s constantes ou as dietas de privação excessiva, que nos levam a estados de ansiedade e a estados depressivos. A consciência alimentar passa pela alteração dos hábitos alimentares de forma consciente e ponderada, fornecendo ao nosso corpo tudo aquilo que ele precisa (ele não precisa de açúcar refinado, apesar de muitas vezes insistir para que lhe satisfaçamos a vontade =D ) de forma equilibrada. Esta atitude e determinação são a chave para uma alimentação saudável e funcional.
Esta minha “saga” pela
alimentação funcional começou em inícios de 2013, quando a minha saúde
começou a ficar debilitada e sem razão aparente. Foi um ano de idas mensais ao
médico, de análises, exames simples e complexos, de angustia e desespero.
Clinicamente não havia nada que os médicos pudessem tratar, e o meu desespero
era mesmo esse, pois o mau estar continuava e não havia nem razão, nem
tratamento. Muitas vezes fui olhada de lado pelos médicos, pois os exames e
análises eram de uma pessoa saudável, por isso começaram a colocar em causa a
minha sanidade mental, e como óbvio, a abordagem número um não era perceberem o
porquê do meu mau estar, mas sim entupir-me com medicação, para ficar ainda
mais longe do que eu sempre fui, uma pessoa feliz, bem disposta e de bem com a
vida. Eu recusei-me em enveredar por esse caminho de químicos (não estou a
dizer que em alguns casos extremos não seja necessário, cada caso é um caso),
por isso comecei a pesquisar sobre saúde e bem estar. Nesta minha sede urgente
por bem estar, comecei a ler sobre nutrição funcional, que vai além da nutrição
que habitualmente conhecemos, em que se aplica um plano alimentar igual a
vários indivíduos diferentes, e que se fundamenta meramente na contagem das
calorias ingeridas, sem que seja tido em causa as suas especificidades
individuais. Contrariamente à nutrição convencional, a nutrição funcional
baseia-se na individualidade bioquímica e metabólica, na qualidade dos
alimentos, no equilíbrio nutricional e biodisponibilidade (capacidade de
absorção) dos nutrientes e ainda estabelece uma relação entre todos os fatores
fisiológicos do individuo, ou seja, envolve toda a integridade do ser. E a meu
ver faz todo o sentido, pois não existe um ser humano igual, e o que pode ser
benéfico para mim pode não ser para si. Foi através desta abordagem que comecei
a entender que o nosso organismo é único e que tem de ser cuidado e estimado, e
que não podemos negligenciar o campo alimentar (já para não falar a nível
pessoal) em prol somente daquilo que nos dá prazer (gula). As consequências de
hábitos alimentares inconstantes e sedentariedade inevitavelmente, a curto ou a longo prazo prazo, chegarão. E as minhas decidiram chegar em 2013 (irónico, não? E eu que nunca
liguei às superstições do número 13…). O meu organismo tinha chegado a um
limite, a uma saturação, estava demasiado tóxico, de hábitos alimentares
desregrados, de muito açúcar refinado (sim, porque sempre fui super gulosa), de
muitas dietas irresponsáveis (em busca do peso ideal, mas o que é o peso
ideal?), de muitas produtos light, que apesar de terem poucas calorias, o seu
valor nutricional é nulo (e ainda nos podem prejudicar), e de um consumo excessivo
de proteína animal. Não sou vegetariana, mas na minha rotina alimentar atual,
tenho um consumo reduzido de alimentos de origem animal. A carne, como talvez uma
vez por mês e é sempre fora de casa, pois cá para casa deixamos de comprar, o peixe, cinco a seis vezes por mês, leite de vaca, não bebo, e iogurtes de origem animal muito esporadicamente.
É
urgente a alteração do tipo de alimentos que ingerimos, e o desenvolvimento de
uma consciência alimentar que reflita bem estar e potencialize as nossas
defesas e o correto funcionamento do nosso corpo. Ter uma
alimentação saudável não é algo difícil de concretizar. Temos que voltar às
nossas origens alimentares e isso passa por comer menos de embalagens e mais do
que a natureza nos oferece.
Atualmente temos as
nossas despensas cheias de embalagens e os nossos frigoríficos vazios de
frescos, e é isso que necessitamos de mudar urgentemente, para que possamos ter
mais saúde e consequentemente mais qualidade de vida.
Para termos uma alimentação
saudável esta não pode ser fundamentada somente no tipo de alimentos ingeridos
e na sua forma de confeção, mas deve também ser assente na importância da
origem desses alimentos. O tipo de cultivo é um fator decisivo na qualidade
nutricional de cada alimento. Atualmente
existem mais de 400 tipos de pesticidas diferentes, antibióticos, hormonas
sintéticas e metais pesados utilizados na agricultura tradicional (não
biológica), que no seu cultivo consomem mais energia, mais água e esgotam a
fertilidade dos solos. Este tipo de cultivo tem um efeito nefasto na nossa
saúde, pois estes químicos afetam a qualidade nutricional dos alimentos. A
decisão pela escolha de alimentos de origem biológica sai da esfera de um
conceito meramente temporal, de uma moda ou de um capricho de “gente rica”, para
se tornar uma opção importante para nossa dieta alimentar. Sabe-se que
atualmente a grande maioria das doenças é de origem ambiental (alimentação, stress…),
por isso nunca o slogan “transformar os alimentos na nossa farmácia” fez
tanto sentido. è importante que cada vez mais tenhamos a consciência da importância de escolhermos alimentos que derivem de uma produção sustentável e sazonal.
Tudo na vida para ser bem
sucedido, a curto e longo prazo, requer planeamento e organização. A alimentação
saudável e consciente, não é exceção. Durante a semana, facilmente com o cansaço
e a falta de tempo, somos aliciados a elaborar refeições desprovidas de valor
nutricional em detrimento de refeições nutricionalmente ricas.
Ao tirarmos algum tempo do fim de semana ou do nosso dia de folga para organizarmos as refeições da semana, vamos estar a ganhar saúde e a diminuir o stress semanal na hora de elaborar as refeições.
O que nos cativa numa ida a um restaurante é termos um menu com todos os pratos delineados, em que o único esforço mental que exercemos é o de escolher o que nos apetece. E de certa forma é isso que acontece ao elaborarmos um menu semanal, pois estamos a rentabilizar o nosso tempo e descomplicar as refeições. E os snacks não são excepção desse menu semanal, são óptimos para nos dar aquele incentivo extra a meio da manhã ou da tarde. Mas infelizmente a maioria dos snacks disponíveis nas grandes superficies estão repletos de açúcares, gorduras trans e hidrogenadas, sal e aditivos. Por esse motivo trago-vos uma sugestão de um snack ou até de um doce mediante a expectativa que colocarem, fácil, viciante e saudável. Por esse motivo trago-vos uma sugestão de um snack ou até de um doce mediante a expectativa que colocarem, fácil, viciante e saudável.
Ter uma alimentação saudável não é sinónimo de monotonia e comida sem sabor, é sinónimo de saúde, cor, sabor e versatilidade. Tudo passa por um equilíbrio, e sim também faço os meus disparates alimentares, mas a minha máxima para um equilíbrio alimentar saudável, passou por não fazer dos desvios alimentares nocivos regra, e passá-los para exceção.
Ter uma alimentação saudável não é sinónimo de monotonia e comida sem sabor, é sinónimo de saúde, cor, sabor e versatilidade. Tudo passa por um equilíbrio, e sim também faço os meus disparates alimentares, mas a minha máxima para um equilíbrio alimentar saudável, passou por não fazer dos desvios alimentares nocivos regra, e passá-los para exceção.
O snack escolhido foram umas trufas de cacau e amendoim. Este tipo de trufas podem ser feitas de variadíssimas maneiras, basta usarmos a nossa criatividade e irmos variando os ingredientes utilizados. Outra vantagem deste tipo de trufas é que duram algum tempo no frigorífico, o que nos permite fazê-las semanalmente.
Os sabores escolhidos para estas trufas foram a pensar no meu marido que adora manteiga de amendoim, por isso como até ele já leva os snacks de casa, aqui ficam umas "bliss balls" como ele lhes chama, elaboradas a pensar nas preferências masculinas aqui de casa.
Para não me alongar mais nesta publicação, oportunamente falarei dos benefícios do cacau crú e dos amendoins, mas se fizerem uma breve pesquisa no Google, vão rapidamente ter acesso a essa informação.
Para não me alongar mais nesta publicação, oportunamente falarei dos benefícios do cacau crú e dos amendoins, mas se fizerem uma breve pesquisa no Google, vão rapidamente ter acesso a essa informação.
Ingredientes
(rende cerca de 10 trufas médias)
1 chávena de amendoins ao natural torrados
1 chávena de tâmaras sem açúcar
2 colheres de sopa de cacau crú em pó ou cacau em pó sem açúcar
1 colher de café de canela
2 colheres de sopa de pepitas de cacau
1 colher de chá de óleo de côco sólido
Manteiga de Amendoim q.b. (sólida) (opcional)
Preparação:
1. Coloque num processador de alimentos os amendoins e triture-os até ficarem em pedacinhos pequenos. Depois acrescente os restante ingredientes e a triturá-los até ficar uma mistura esfarelada húmida (2 a 3 minutos).
2. Depois teste se a mistura está maleável, molde como se fosse plasticina e depois faça uma bola. Caso consiga fazer o que foi mencionado, a mistura está pronta a ser modelada.
3. Retire pequenas porções e com as mãos modele até formar bolinhas.
4. Caso tenha paciência e lhe apeteça pode optar por rechear as trufas com manteiga de amendoim, como as trufas das fotos. Para isso, retire porções da mistura e modele, faça uma bola e esmague ligeiramente com os dedos de forma a fazer um circulo e no meio coloque um pouco de manteiga de amendoim, feche o circulo ao meio e volte a moldar a bolinha. Repita este procedimento até ficar sem a mistura de amendoim e cacau.
Foi um prazer participar em mais um "Desafio Saudável".
Obrigada Joana pela oportunidade!
Vejam as receitas já lançadas no decorrer deste desafio:
Se quiserem também participar neste desafio poderão
fazê-lo. Enviem um email para lim.edition2012@gmail.com. Se reproduzirem nas
vossas cozinhas alguma das propostas aqui apresentadas, utilizem o
#desafioreceitasaudável e partilhem connosco as vossas versões e interpretações
para que todos possamos contribuir para um estilo de vida mais saudável que
passa pela comida, mas não se esgota nela.
Olá Joana, gostei muito de conhecer a tua história e abordagem à alimentação saudável. Identifiquei-me com quase tudo aquilo que descreveste, excepto a questão dos lacticínios. Eu também procuro ter mais frescos no frigorífico do que embalagens na dispensa e no congelador. 90% desses frescos são biológicos, locais e da época. Reduzi bastante o consumo de hidratos de carbono “maus”, sobretudo os açúcares e farinhas refinados. Também tento reduzir o consumo de proteína de origem animal, sobretudo a carne já que se trata também de uma questão de sustentabilidade ambiental. Nem sempre é fácil manter esta opção quando se almoça 5 dias por semana numa cantina sem alternativas além da típica oferta de carne, peixe ou "dieta" (que, basicamente, consiste em carne ou peixe cozinhados de forma dita mais saudável...). Mas em relação aos lacticínios, não passo sem leite e iogurtes magros e sou doida por todos os tipos de queijo. Tal como disseste, cada corpo é um corpo e o meu sempre tolerou bem a lactose, nunca senti necessidade de cortar e ainda nenhum estudo me convenceu que o deva fazer. Nesta matéria há muita informação contraditória e, por isso, vou escutando o meu corpo! :) Entretanto, fiquei curiosa acerca do conceito de nutrição funcional e vou tentar saber um pouco mais.
ResponderEliminarDesculpa o comentário tão longo… um beijinho grande e felicidades!
Que lindas trufas,....até deu água na boca,...
ResponderEliminarBeijinhos,
Espero por ti em:
strawberrycandymoreira.blogspot.pt
http://www.facebook.com/omeurefugioculinario
https://www.instagram.com/marysolianimoreira/
Que lindas que ficaram as tuas trufas :)
ResponderEliminarEstão com um ar bem apetitoso e claro que satisfazem a gula (não precisamos mesmo dos açúcares refinados!)
Eu tenho sempre trufas no congelador e quando me dá a vontade de um doce lá vai uma :)
É importante sim mudar a alimentação!
Eu comecei o ano passado com problemas, mas aparentemente á ao glúten! Ando óptima sem ele... :) Se bem que de vez em quando vai a boca para a desgraça :p
Um beijinho
Obrigada pela tua participação! Ainda me lembro quando no último desafio nos trouxeste um salmão com tempero indiano que fiz cá em casa e ficou delicioso.
ResponderEliminarHoje devo ter começado o dia a pensar nestas trufas porque mal me levantei estiquei logo o braço para o frasco da manteiga de amendoim... ok, primeiro para o telemóvel, mas logo a seguir juro que foi para a manteiga de amendoim!!
Beijinhos e que a busca por uma vida mais saudável continue a inspirar-te e a inspirar-nos,
Joana
Que trufas tão boas!!!
ResponderEliminarFiz ontem umas trufas inspiradas nestas, mais simplificadas e enroladas em cacau em pó. A associação do cacau com o amendoim é de facto divinal!
ResponderEliminar