Bolo de courgette, cenoura e maçã
Um fim de semana meio chuvoso e cinzento é o ideal para fazer um bolinho e participar no passatempo do blogue Uma Pedra de Sal da simpática e talentosa Sónia, que nos desafiou a fazer um bolinho saudável com o tema regresso às aulas.
Mas antes de vos apresentar o bolo permitam-me um pequeno desabafo e sugestão de leitura para quem tem filhotes na escola, para quem trabalha na área da educação e para todos os que se preocupam em construir uma sociedade melhor.
O ano letivo teve inicio no dia 15 de setembro, voltam as rotinas, os trabalhos de casa, o estudo para os testes e fichas, a preocupação dos lanches para levarem para escola, as idas à piscina, ginástica, dança, música entre outras milhares de rotinas que as famílias vão adquirindo.
Enquanto pedagoga e professora, acho que as rotinas são essenciais para a organização de uma família e as atividades extra curriculares também, mas ressalvo que atividades extra curriculares em demasia sufocam as crianças, não lhes deixando tempo para o serem. É muito importante as crianças no seu dia-à-dia terem um tempo só delas, que elas possam brincar como lhes apetecer, que possam criar, imaginar e fantasiar sem regras nem limites.
Reparo que as crianças cada vez mais têm dificuldade em criar, em imaginar nas atividades lúdicas e expressivas, pois quando as atividades não têm regras subjacentes ficam em pânico sem saber o que fazer, chegando mesmo ao ponto de dizer: " Professora eu não tenho imaginação; não consigo fazer sozinha/o". Temos que estimular a criatividade nas crianças, pois é essa ferramenta que lhes vai dar opções/soluções para questões/problemas no futuro. Aprender a crescer é a chave para a autonomia, é importante que a criança escolha (dentro dos limites para a sua idade), que tenha opiniões, resolva problemas e que saiba gerir a frustração.
Cada vez mais vejo as crianças a não saberem lidar com a frustração, porque não lhes são dado limites, é-lhes dado tudo desmedidamente, mas quando digo tudo refiro-me ao que é necessário e não é, e inclusive o que não é para a sua idade/maturidade, as crianças hoje em dia têm tudo sem perceberem ou se esforçarem para terem algo, ou seja, têm tudo sem perceber porque é que o tiveram e se até o mereceram ou não. A recompensa, o esforçar-se para conquistar alguma coisa parece que já não faz parte da realidade desta nova geração, e desculpem-me a sinceridade, mas não é culpa deles, pois eles são um reflexo de uma sociedade/educação, eles não nasceram de geração espontânea.
A não resiliência à frustração fá-los crianças caprichosas e por vezes mal educadas, pois quando não é satisfeito o seu capricho fazem birras, batem nos pais (como eu infelizmente já vi, e estamos a falar de pirralhitos que ainda dão pela cintura dos pais), esperneiam, atiram-se para o chão e entre outros comportamentos completamente reprováveis (eu não estou a dizer que isto não aconteça uma primeira ou segunda vez, mas a forma como se age perante este comportamento é determinante para a sua repetição ou não, e neste caso estou a referir-me a crianças que têm estes comportamentos constantemente e que já fazem parte da sua realidade).
Crianças que aprendem a ser resilientes à frustração têm imenso benefícios a curto e longo prazo, pois aprendem a dar valor às coisas, a arranjar soluções para ultrapassar problemas, a perceber que as suas ações têm consequências (boas e más), a serem focadas para os objetivos e metas e a não desistirem ao primeiro constrangimento, a darem mais valor aos esforço e erros do seu próximo e a perceberem que mundo não gira à sua volta. Citando o Dr. Mário Cordeiro “Uma criança terá mais hipóteses de crescer equilibrada se se sentir amada e segura, e esta segurança passa também por ter regras e limites".
Reparo que as crianças cada vez mais têm dificuldade em criar, em imaginar nas atividades lúdicas e expressivas, pois quando as atividades não têm regras subjacentes ficam em pânico sem saber o que fazer, chegando mesmo ao ponto de dizer: " Professora eu não tenho imaginação; não consigo fazer sozinha/o". Temos que estimular a criatividade nas crianças, pois é essa ferramenta que lhes vai dar opções/soluções para questões/problemas no futuro. Aprender a crescer é a chave para a autonomia, é importante que a criança escolha (dentro dos limites para a sua idade), que tenha opiniões, resolva problemas e que saiba gerir a frustração.
Cada vez mais vejo as crianças a não saberem lidar com a frustração, porque não lhes são dado limites, é-lhes dado tudo desmedidamente, mas quando digo tudo refiro-me ao que é necessário e não é, e inclusive o que não é para a sua idade/maturidade, as crianças hoje em dia têm tudo sem perceberem ou se esforçarem para terem algo, ou seja, têm tudo sem perceber porque é que o tiveram e se até o mereceram ou não. A recompensa, o esforçar-se para conquistar alguma coisa parece que já não faz parte da realidade desta nova geração, e desculpem-me a sinceridade, mas não é culpa deles, pois eles são um reflexo de uma sociedade/educação, eles não nasceram de geração espontânea.
A não resiliência à frustração fá-los crianças caprichosas e por vezes mal educadas, pois quando não é satisfeito o seu capricho fazem birras, batem nos pais (como eu infelizmente já vi, e estamos a falar de pirralhitos que ainda dão pela cintura dos pais), esperneiam, atiram-se para o chão e entre outros comportamentos completamente reprováveis (eu não estou a dizer que isto não aconteça uma primeira ou segunda vez, mas a forma como se age perante este comportamento é determinante para a sua repetição ou não, e neste caso estou a referir-me a crianças que têm estes comportamentos constantemente e que já fazem parte da sua realidade).
Crianças que aprendem a ser resilientes à frustração têm imenso benefícios a curto e longo prazo, pois aprendem a dar valor às coisas, a arranjar soluções para ultrapassar problemas, a perceber que as suas ações têm consequências (boas e más), a serem focadas para os objetivos e metas e a não desistirem ao primeiro constrangimento, a darem mais valor aos esforço e erros do seu próximo e a perceberem que mundo não gira à sua volta. Citando o Dr. Mário Cordeiro “Uma criança terá mais hipóteses de crescer equilibrada se se sentir amada e segura, e esta segurança passa também por ter regras e limites".
Outro tema que também me preocupa deveras, é o Bullying que cada vez mais está a fazer parte da realidade das escolas e a criar situações fatais. Como fenómeno social que é todos devemos estar informados sobre o tema, por isso conselho vivamente a leitura do livro "Tenho medo de ir à Escola" da Psicóloga Tânia Paias, que explica o que é o Bullying e como agir recorrendo a casos reais.
A autora do livro faz uma abordagem de como educar os filhos para se tornem crianças seguras, resilientes e confiantes, de como treinar o seu olhar para a diferença e para a tolerância pelo outro, passos importantíssimos para que o seu filho não se torne nem vítima nem agressor. Em Portugal as estatísticas revelam que cerca de 40% dos nossos jovens já se envolveu em alguma dinâmica bullying, tanto no papel de vítima, como de agressor. (informação retirada do site da fnac)
Espero não ter chateado ninguém com este meu desabafo, até porque sinceramente não era a minha intenção.
Finalmente vamos à receita deste bolinho, que poderei intitular de saudável pois os seus ingredientes apelam a esse titulo. Os lanches para os pequenotes são diários e mais que um por dia, por isso convém encher a lancheira com várias opções e tentar ao máximo que sejam caseiras e saudáveis. por vezes eles torcem o nariz aos legumes, mas se os pusermos no bolo, nem dão por eles e não deixam de estar a ingeri-los.
Ingredientes:
3 ovos biológicos
1 chávena não totalmente cheia de óleo de amendoim (ou outro)
250gr de farinha integral
1 colher de sopa bem cheia de farinha de alfarroba
170gr de açúcar mascavado Sores
1 colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de canela
150 gr de courgette sem casca ralada
150gr de cenoura ralada
2 maçãs verdes sem casca aos pedaços
Preparação:
1. Ligar o forno a 190ºC.
2. Colocar na taça da batedeira, os ovos, o óleo, as farinhas peneiradas, o açúcar, o bicarbonato de sódio e canela, e bater tudo até os ingredientes estarem todos misturados.
3. Em seguida acrescentar a courgette, a cenoura e a maçã e envolver tudo novamente.
4. Untar um forma com manteiga e farinha, depois verter o preparado e levar ao forno durante uns 50 min. ( ou até espetar um palito e sair limpo).
9 comments
O bolo está mesmo muito apetitoso, uma óptima maneira de se comer vegetais!!!!
ResponderEliminarQue bolo fantástico,...compreendo esse teu desabafo e às vezes os pais não têm a noção disso,...
ResponderEliminarBeijinhos :)
Espero por ti em:
http://strawberrycandymoreira.blogspot.pt/
https://www.facebook.com/omeurefugioculinario
Querida Joana. Só tu para me chamares talentosa :-). Fiquei toda babada! Um elogio destes logo de ti :-). Que tanto me inspiras! E parece que andamos sintonizadas... Acabei de tirar do forno um bolo de cenoura, curgete e ,laranja :-) parece impossível não é?
ResponderEliminarBom... Adorei esta tua sugestão. Até porque tem tudo a ver com os sabores cá de casa. Agradeço-te de coração teres participado :-)
Boa sorte e esta atenta ao random, ficas com o número 14 (ufa, estava com medo de ter 13 participações :-))
Quanto ao desabafo... Não podia estar mais de acordo. A minha piolha tem 4 anos e tento gerir a frustração e tento criar regras... Mas confesso que educar uma criança é muito difícil ainda que acredite em todos os princípios que defendes :-). Obrigado pela partilha Joana.
ResponderEliminarNossa, que aspecto incrível ficou esse bolo, adorei!
ResponderEliminarDeu mesmo vontade de dar uma beliscada.
Beijinhos, Pri
http://www.receitaesperta.com.br/
Olá,
ResponderEliminarEste é daqueles bolos que me enche o coração e a alma, gostei muito da receita, vou levar comigo:)
Beijinhos
Paula
Que bolo bom, rico em sabores! gostei, bjs
ResponderEliminarUm post excelente minha querida e doce Joana. Compreendo tão bem o que dizes. Vou espreitar esse livro numa próxima visita à Fnac, parece-me muito interessante!
ResponderEliminarE o bolo, estamos em sintonia!!
Um beijinho.
este bolo parece simplesmente delicioso !!! Óptima receita :)
ResponderEliminarBeijinho, Kyra Miller.
http://www.alanaandkyra.com/
https://www.facebook.com/alanaandkyra